Caro (a)
leitor (a),
Seja bem-vindo (a) a este terreno cibernético inundado de linguagens, pelo qual o
presente
trabalho, "O Alto Sertão Baiano", constitui um produto
jornalístico formatado em uma grande reportagem. É de dentro das
comunidades quilombolas e de descendentes portugueses de Rio de Contas,
Bahia, na região sul da Chapada Diamantina, que a produção jornalística
se desenha.
Resultado do
meu trabalho de conclusão da graduação (2010) em Comunicação Social, da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (UESB), apresento-lhes esta obra em sua
mais
recente 2ª edição (2014).
O exercício
do jornalismo, através do narrar, torna inteligível o processo de compreensão na construção da
realidade social, e se configura mais instigante ainda, quando acopla dentre
seus vários universos, linguagens e formas singulares de contar histórias. É em
um viés muito particular, quando de dentro da experiência jornalística, a forma
objetiva da escrita se comunica com a linguagem literária.
O tema deste
trabalho reside na intrigante ausência de miscigenação entre a
comunidade dos
negros, os quilombos de Rio de Contas, Barra do Brumado, Bananal e
Riacho das Pedras, e a comunidade de brancos de descendência portuguesa,
Mato Grosso, até o ano de 2010. Foi neste ano em que foi realizado o momento da produção jornalística. É na
audição das fontes e abordagem dos aspectos sociais destes lugares, que a
narrativa jornalística se desenvolve com o aparato metodológico da
história oral.
Trazer o Alto Sertão da Bahia como lugar de encontro para este presente trabalho jornalístico literário a que me propus, é uma grande responsabilidade. Trata-se de uma região constituída por rico legado antropológico, cultural e histórico. A leitura social de Rio de Contas, revela raízes profundas e sólidas, de expressões muito fortes, quer nas profundidades dos olhares, na simplicidade das pessoas, na riqueza das narrativas, na imponência dos patrimônios históricos, quer no que toca a religião. Diria que este último aspecto representa o elemento integrador que expressa o sentido da unidade cultural nas comunidades do município, sejam as comunidades rurais, sejam da própria área urbana. A devoção aos santos padroeiros transmite uma percepção de que as comunidades, por ora distintas em seus traços característicos, podem falar, em determinadas esferas, a mesma linguagem e parecem se orientar pela fé.
Atores sociais, negros e brancos, narram, na reportagem, a constituição originária de Rio de Contas, ao expressar a cultura e a visão de mundo que lideranças e pessoas das comunidades possuem. Ao mesmo tempo, as informações destas fontes são interpostas por referenciais de estudos antropológicos e historiográficos, tornando o conteúdo jornalístico ainda mais rico.
Trazer o Alto Sertão da Bahia como lugar de encontro para este presente trabalho jornalístico literário a que me propus, é uma grande responsabilidade. Trata-se de uma região constituída por rico legado antropológico, cultural e histórico. A leitura social de Rio de Contas, revela raízes profundas e sólidas, de expressões muito fortes, quer nas profundidades dos olhares, na simplicidade das pessoas, na riqueza das narrativas, na imponência dos patrimônios históricos, quer no que toca a religião. Diria que este último aspecto representa o elemento integrador que expressa o sentido da unidade cultural nas comunidades do município, sejam as comunidades rurais, sejam da própria área urbana. A devoção aos santos padroeiros transmite uma percepção de que as comunidades, por ora distintas em seus traços característicos, podem falar, em determinadas esferas, a mesma linguagem e parecem se orientar pela fé.
Atores sociais, negros e brancos, narram, na reportagem, a constituição originária de Rio de Contas, ao expressar a cultura e a visão de mundo que lideranças e pessoas das comunidades possuem. Ao mesmo tempo, as informações destas fontes são interpostas por referenciais de estudos antropológicos e historiográficos, tornando o conteúdo jornalístico ainda mais rico.
Sem dúvidas, por meio do registro escrito do jornalismo, "O Alto Sertão
Baiano" marca temporalmente a história e a relação entre os quilombos e a
comunidade dos descendentes portugueses, que se separam ou se unem? por
apenas 8
km de distância. Este marco é temporal e de alta relevância, porque
precede o
posterior e pioneiro casamento de um quilombola com uma mulher de
descendência portuguesa entre tais comunidades, que, segundo informações de pessoas da comunidade negra de Barra do Brumado, ocorreu em 2011. É um fato inédito. Após mais de um século de abolição da
escravatura, houve a miscigenação cristalizada no casamento e gravidez de esposa
branca com marido negro, seguida de posteriores casamentos entre negros e
brancos das referidas comunidades vizinhas.
A narrativa, também chama a atenção quanto ao abandono social sob o aspecto da cidadania (pacote de
desenvolvimento e condições de saúde, educação, transporte etc) nos quilombos,
ainda hoje submetidos a situações precárias, em que o difícil acesso às
estruturas como assistências médica e odontológica, ocasionam sérios riscos às
gerações que estão chegando e principalmente à terceira idade, ficando estes
desassistidos e vulneráveis.
Esta é uma
história que não precisa de tempo, ela vai estar aqui, disposta para quem
quiser na internet, retirar o livro da estante e mergulhar num universo
semi dirigido, navegável por hiperlinks.
Venha comigo
e embarquemos juntos nesta viagem...
A
autora,
Anna
Karenina de Oliveira.