domingo, 11 de julho de 2010

Luz no Fim do Túnel Escravo

A situação de desordem, conflitos e a razão da força do trabalho escravo predominar nas fazendas, favoreceram a liberdade dos escravos da cidade, enquanto os do meio rural eram desfavorecidos na conquista da alforria.
A historiografia revelada nos estudos “Alforrias em Rio de Contas – BA, século XIX” (Universidade Federal da Bahia), da historiadora Kátia Almeida, aponta que entre 1800 e 1888, 1.777 escravos foram libertos no município, a maioria residente nas áreas rurais. Os estudos demonstram que a partir da década de 1830, 17,3% dos cativos eram africanos, residentes na vila e povoações e que os cativos predominantes até 1830, eram crioulos (nascidos no Brasil), resultantes da dinâmica econômica da época, antes da extinção do tráfico negreiro ocorrida em 1850.
A partir desse período não houve mais participação do município na compra de escravos vindos da África, embora um pequeno número de escravistas detivesse um grande número de escravos nas suas propriedades.
Porém, a extinção do tráfico no Alto Sertão ocasionou dificuldades para os cativos conseguirem suas alforrias devido à valorização da mão de obra escrava com o tráfico interprovincial. A conquista da liberdade foi usada pelos senhores como meio de controle perante os prisioneiros, que por sua vez, se inseriram nos processos de negociações para obtenção da alforria, principalmente após a Lei do Ventre Livre de 1871, acabando por modificar o cenário escravista, que se viu submetido a pressões para obtenção da liberdade por parte dos escravos.
Até que o Fim da Escravidão e a Fome no Sertão encerraram o século XIX de muitos açoites em meio à terra reluzente a ouro.


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